domingo, 13 de outubro de 2013

O Joãozinho da Maré.


CANIATO, Rodolpho. Consciência na Educação. Editora Papirus.

O JOÃOZINHO DA MARÉ
Era uma vez um moleque chamado Joãozinho que morava na favela da Maré, no Rio de Janeiro. Essa favela de casebres que se equilibram sobre palafitas espetadas no lodo das margens da baía de Guanabara. Do fundo da miséria em que vivia, Joãozinho podia ver, não muito distantes, algumas das conquistas de nossa civilização "em vias de desenvolvimento" (para uma minoria). Dali de sua favela ele podia ver uma das grandes Universidades onde, segundo lhe contavam, existiam uns verdadeiros "crânios" e onde se fazia Ciência.
Naturalmente essa Ciência nada tinha a ver com os muitos milhões de Joãozinhos que perambulam pelas ruas, caminhos e estradas do Brasil.
Além de perambular por toda a cidade, Joãozinho, de sua favela, podia ver o aeroporto internacional do
Rio de Janeiro. Isso oferecia ao menino a oportunidade de ver imensos aviões chegando e saindo. Era o que
mais fascinava os olhos do moleque. Aqueles monstros metálicos que subiam rugindo pareciam rachar os céus.
Joãozinho, com olhar curioso, acompanhava aqueles pássaros barulhentos até que, diminuindo de tamanho,
eles desapareciam no céu.
Talvez por freqüentar pouco a escola, por observar aviões e o mundo que o rodeia, Joãozinho seja um
sobrevivente de nosso sistema educacional. Ele ainda não perdera aquela curiosidade de todas as crianças;
aquela vontade de saber os "como" e os "porquês", especialmente em relação às coisas da Natureza. O
moleque ainda tinha e sentia aquele gosto de descobrir e de saber, que se vão extinguindo, quase sempre, à
medida que se vai freqüentando a escola. Também, não há curiosidade que agüente aquela decoreba sobre
corpo humano, por exemplo; e apresentada como CIÊNCIA.
Além da chatice da aula sobre "cabeça, tronco e membros", Joãozinho andava meio arisco com sua
professora e com as aulas de Ciências.
Conforme "manda o programa", a professora havia ensinado coisas como a Terra, o Sol, Pontos Cardeais,
etc. Ela havia dito que era importante que eles soubessem os Pontos Cardeais: "... se um dia vocês se
perderem na floresta, como escoteiros, vocês podem se orientar pelos Pontos Cardeais, que são quatro: Norte, Sul, Leste e Oeste. Em seguida, a professora ditara o “ponto” com as definições e características de cada um dos pontos, acrescentando:
— “A gente acha esses pontos fazendo assim: estende-se bem os dois braços, horizontalmente para o
lado. Depois a gente vira o braço direito paro o ponto em que o Sol nasce no horizonte. Esse ponto é o ponto Leste. O braço esquerdo estará apontando para o ponto Oeste. Bem em frente fica o ponto Norte e atrás de nós estará o ponto Sul.”
De assuntos como esse, até que o Joãozinho gostava.
Ele morava num barraco sem janelas, ou melhor, com aberturas que só eram tapadas provisoriamente
quando chovia. Quando não chovia, todas as “ janelas" do barraco permaneciam abertas. Isso fazia com que Joãozinho e os irmãos fossem, todos os dias, acordados com o Sol entrando pelo barraco, iluminando suas caras logo de manhãzinha. Para o nosso herói estava na cara que o Sol, ao longo do ano, vai mudando o lugar em que aparece no horizonte. Joãozinho também já tinha percebido que essa diferença é enorme. Essa grande diferença era ainda mais fácil de ser percebida devido às montanhas detrás das quais o Sol parecia sair. Por volta do fim do ano o Sol aparecia mais para as bandas do Pão de Açúcar. No meio do ano o sol nascia mais para as bandas do Dedo de Deus (Serra dos Orgãos). Era uma diferença bem grande (quase 50 graus). A diferença dos pontos em que nasce o sol, vistos de seu barraco, era evidente e familiar.
— Fessora.
— Que é, Joãozinho?
— Qualé o ponto Leste que a gente devemos usar?
— Ponto Leste só tem um, Joãozinho.
— A Sinhora num falô qui é o lugar onde o Sol sai?
— Falei, e daí, Joãozinho?
— É que a gente vemos o sol nascê sempre em lugar diferente. Se ponto Leste é onde sai o Sol, então ele
(ponto Leste) tá mudando, num tá Fessora?
— Joãozinho, você está atrapalhando minha aula. Desse jeito não posso dar o meu programa e assim
como já ensinei. Trate de estudar mais e atrapalhar menos.
Joãozinho, moleque esperto e observador, ficou meio frustrado com o episódio mas não lhe deu maior
importância. Num outro dia, depois de pensar com seus botões e num papo com seus amigos sobre o assunto, chegou à seguinte conclusão:
" . .. ou o ponto Leste não é o ponto em que o Sol nasce...ou então o ponto Leste não serve pra nada..."
Na mesma série de aulas sobre esses temas obrigatórios do programa, a professora havia "ensinado"
outro assunto: os dias e as noites (fusos horários).
— Meio-dia é quando o Sol passa a pino.
— Fessora, quié Sol a pino?
— É quando o Sol passa bem em cima das nossas cabeças. É quando a sombra da gente fica embaixo dos
nossos próprios pés.
Joãozinho achara interessante o assunto. Até lhe ocorrera a idéia de acertar o relógio quando o Sol
passasse a pino. Ao sair da sala, no fim da aula, como já era quase meio-dia, valia a pena observar o que a
professora acabara de "ensinar".
Joãozinho e os amigos se postaram ao Sol para vê-lo passar a pino, mesmo com a escola já fechada e
abandonada por quase todos.
A sombra ainda estava grande. Também, ainda não era meio-dia. Era preciso esperar a sombra encurtar.
Chega meio-dia. Os guris conferem com os relógios das pessoas que passam. Já era meio-dia. A sombra ainda estava grande. A turma percebe que, em lugar de encurtar, a sombra começa a aumenta de comprimento e mudar de direção. . .
No dia seguinte, Joãozinho e seus amigos resolvem acompanhar a sombra desde cedo para não perder o
momento em que ela deveria passar por baixo de seus pés. Era preciso faltar à aula. Sempre um dos amigos
ficaria de plantão para não perder o momento do Sol a pino. Eles haviam combinado observar também a
sombra de um grande poste próximo à favela.
. .. as sombras não deixaram de existir. . . ???
. .. então o Sol não passou a pino...???
(... e isso ...??? em pleno Rio de Janeiro..???)
Depois de vários dias de tentativas frustradas de ver o Sol a pino ou, o que é a mesma coisa, ver as
sombras desaparecerem sob os próprios pés, os guris desistem.
Alguns dias depois, Joãozinho e seus amigos voltam à escola. Desta vez não era por causa da merenda.
Eles haviam ficado intrigados com o caso do Sol a pino ou sem pino.
— Fessora.
— Que é, Joãozinho?
— A gente não conseguimos ver o Sol a pino não.
— Vai ver que vocês não olharam bem.
— Fessora, mostra pra gente esse negócio. A gente queria vê.
— Eu não tenho tempo pra isso, meninos. Tenho que sair correndo pra dar outra aula na escola de Irajá. E
tem outra coisa. Faz 15 anos que eu dou essa aula e nunca ninguém me amolou tanto quanto você e seus
amigos, Joãozinho.
— Num tem nada não, Fessora, a gente só queríamos intendê.
Alguns meses depois. Já se aproximava o fim do ano. Eram as últimas aulas. Joãozinho e seus amigos já
haviam esquecido o episódio do Sol a pino. A aula terminara. Faltava pouco para o meio-dia. Os garotos saem e de repente, Joãozinho, que dera uma topada, numa pedra, olha para seus pés. . .
— Ei, turma, vem vê! — A sombra tá quase sumindo embaixo da gente! — O Sol tá quase a pino! — Vamo esperá mais um pouco! — Vamo vê o Sol a pino!
Dentro de mais alguns instantes, os moleques irrompem num grito de entusiasmo. A sombra
desaparecera. O Sol estava bem a pino, no meio do céu. Todos olharam pressurosos para o relógio da
professora, que também acorrera...
... não era meio-dia ... que decepção.
Num outro dia, sabendo por seus colegas que haveria merenda, quase único atrativo da escola para o
menino, ele resolve ir à aula. Nesse dia sua professora iria dar uma aula de Ciências, coisa de que o menino
ainda gostava. Ela então se dispunha a falar sobre coisas como o Sol, a Terra, seus movimentos e as Estações.
A aula começa com as definições ditadas para o “ponto”.
— o VERÃO é o tempo do? ... calor.
— o INVERNO é o tempo do? ... frio.
— a PRIMAVERA é o tempo das? ... flores.
— o OUTONO é o tempo das? ... frutas.
Em sua favela, no Rio de Janeiro, Joãozinho conhece duas estações: época de calor e época de mais calor
ainda; um verdadeiro sufoco de calor, às vezes. Graças a isso o moleque sobrevivia com uns trapos que um dia devem ter sido de algum garoto da zona Sul. Flores, Joãozinho via durante todo o ano em cortejos fúnebres e casamentos. E não havia mais enterros em determinada época do ano. Casamentos havia mais em maio, mês das rosas (?), mês das noivas (?).
Joãozinho também ajudava no mísero orçamento de sua família de mais seis irmãos e a mãe. Ele ajudava
seu irmão mais velho a vender frutas na zona Sul da cidade: figos de Valinhos, uvas de Jundiaí, mangas do
Rio, cajus e abacaxis do Nordeste. Felizmente esse negócio era maior depois do fim de suas aulas até o
Carnaval.
... então outono deve ser nessa época? ...
Joãozinho, observador e curioso, queria saber porque acontecem essas coisas. Por que existem VERÃO,
INVERNO, etc?
— Eu já disse a vocês, numa aula anterior, que a Terra é uma grande bola solta no espaço e que essa
bola está rodando sobre si mesma.
É sua rotação que provoca os dias e as noites. Acontece que, enquanto a Terra está girando, ela também
está fazendo uma grande volta ao redor do Sol. Essa volta se faz em um ano. O caminho é uma órbita
alongada chamada elipse. Além dessa curva ser assim achatada ou alongada, o Sol não está no centro. Isso
quer dizer que em seu movimento a Terra às vezes passa perto, às vezes passa longe do Sol.
— Quando passa mais perto do Sol é mais quente: É VERÃO.
— Quando passa mais longe do Sol recebe menos calor: É INVERNO.
Os olhos do Joãozinho brilhavam de curiosidade diante de um assunto novo e tão interessante.
— Fessora, a senhora não disse antes que a Terra é uma bola e que tá girando enquanto faz a volta em
volta do Sol?
— Sim, eu disse, responde a professora com segurança.
— Mas, se a Terra é uma bola e está girando todo dia perto do Sol. não deve ser verão em toda a Terra?
— É, Joãozinho, é isso mesmo.
— Então é mesmo verão em todo lugar e inverno em todo lugar, ao mesmo tempo, Fessora?
— Acho que é, Joãozinho, mas vamos mudar de assunto.
A essa altura a professora já não se sentia tão segura do que havia dito. A insistência, natural para o
Joãozinho, já começava a provocar uma certa insegurança na professora.
— Mas, Fessora, insiste o garoto, enquanto a gente está ensaiando a escola de samba, na época do Natal,
a gente sente o maior calor, não é mesmo?
— É mesmo, Joãozinho.
Então nesse tempo é verão aqui, Fessora.
— É, Joãozinho.
— E o Papai Noel no meio da neve com roupa de frio e botas. A gente vê nas vitrinas até as árvores de
Natal com algodão. Não é para imitar neve (a 40°C no Rio), Fessora?
— É, Joãozinho, na terra do Papai Noel faz frio.
— Então na terra di Papai Noel, no Natal, faz frio, Fessora?
— Faz, Joãozinho.
— Mas então tem frio e calor ao mesmo tempo? Quer dizer que existe verão e inverno ao mesmo tempo?
— É, Joãozinho, mas vamos mudar de assunto. Você já está atrapalhando a aula e eu tenho um programa
a cumprir.
Mas Joãozinho ainda não havia sido “domado” pela escola. Ele ainda não havia perdido o hábito e a
iniciativa de fazer perguntas, e querer entender as coisas. Por isso, apesar do jeito visivelmente contrariado da professora, ele insiste.
— Fessora, como é que pode ser verão e inverno ao mesmo tempo em lugares diferentes, se a Terra, que
é uma bola, deve estar perto ou longe do Sol? Uma das duas coisas não tá errada?
— Como você se atreve, Joãozinho, a dizer que a professora está errada? Quem andou pondo essas idéias
em sua cabeça?
— Ninguém não, Fessora. Eu só tava pensando. Se tem verão e inverno ao mesmo tempo, então não
pode acontecer porque a Terra tá perto ou tá longe do Sol. Não é mesmo, Fessora?
A professora, já irritada com a insistência atrevida do menino, assume uma postura de autoridade
científica e pontifica:
— Está nos livros que a Terra descreve uma curva que se chama elipse ao redor do Sol, que este ocupa
um dos focos e portanto ela se aproxima e se afasta do Sol. Logo, deve ser por isso que existe verão e
inverno.
— Sem se dar conta da irritação da professora, nosso Joãozinho lembra-se da sua experiência diária e
acrescenta:
— Fessora, a melhor coisa que .a gente tem aqui na favela é poder ver avião o dia inteiro.
— E daí, Joãozinho? O que isso tem a ver com o verão e o inverno?
— Sabe, Fessora, eu achei que tem. A gente sabe que um avião tá chegando perto quando ele vai ficando
maior. Quando ele vai ficando pequeno é porque ele tá ficando mais longe.
— E o que isso tem a ver com a órbita da Terra, Joãozinho?
— É que eu achei que se a Terra chegasse mais perto do Sol, a gente devia ver ele maior. Quando a Terra
tivesse mais longe do Sol, ele devia aparecê menor. Não é, Fessora?
— E daí, menino?
— A gente vê o Sol sempre do mesmo tamanho. Isso não quer dizer que ele tá sempre na mesma
distância? Então verão e inverno não pode sê por causa da distância.
— Como você se atreve a contradizer sua professora? Quem anda pondo essas "minhocas" na sua
cabeça? Faz 15 anos que eu sou professora. É a primeira vez que alguém quer mostrar que a professora está errada.
A essa altura, já a classe se havia tumultuado. Um grupo de outros garotos já havia percebido a lógica
arrasadora do que o Joãozinho dissera. Alguns continuaram indiferentes. A maioria achou mais prudente ficar do lado da "autoridade". Outros aproveitaram a confusão para aumentá-la. A professora havia perdido o controle da classe e já não conseguia reprimir a bagunça nem com ameaças de castigo e de dar "zero" para os mais rebeldes.
Em meio àquela confusão tocou o sinal para o fim da aula, "salvando" a professora de um caos maior.
Não houve aparentemente nenhuma definição de vencedores e vencidos nesse confronto.
Indo para casa, a professora ainda agitada e contrariada se lembrava do Joãozinho que lhe estragara a
aula e também o dia. Além de pôr em dúvida o que ela afirmara, ele dera um "mau exemplo". Joãozinho, com seus argumentos ingênuos, mas lógicos, despertara muitos para o seu lado.
— Imagine se a moda pega, pensa a professora.
O pior é que não me ocorreu qualquer argumento que pudesse “enfrentar” o questionamento do garoto.
Mas foi assim que me ensinaram. É assim mesmo que eu também ensino, pensa a professora. Faz tantos
anos que dou essa aula, sobre esse mesmo assunto ...
À noite, já mais calma, ela pensa com seus botões:
— Os argumentos' do Joãozinho foram tão claros e ingênuos. Se o inverno e o verão fossem provocados
pelo maior ou menor afastamento da Terra em relação ao Sol, deveria ser inverno ou verão em toda a Terra.
Eu sempre soube que enquanto é inverno para um hemisfério, é verão no outro. Então tem mesmo razão o
Joãozinho.
Não pode ser essa a causa de calor ou frio na Terra. Também é absolutamente claro e lógico que se a
Terra se aproxima e se afasta do Sol, este deveria mudar de tamanho aparente. Deveria ser maior quando
mais próximo e menor quando mais distante.
— Como eu não havia pensado nisso antes? Como nunca me ocorreu, sequer, alguma dúvida sobre isso?
Como posso eu estar durante tantos anos 'ensinando' uma coisa que eu julgava Ciência, e que, de
repente, pôde ser totalmente demolida pelo raciocínio ingênuo de um garoto, sem nenhum outro
conhecimento científico?
Remoendo essas idéias, a professora se põe a pensar em outras tantas coisas que poderiam ser tão falsas
e inconsistentes como as "causas" para o verão e o inverno. "Por que tantas outras crianças aceitaram sem
resistência o que eu disse? Por que apenas o Joãozinho resistiu e não 'engoliu' o que eu disse? No caso do
verão e do inverno a inconsistência foi facilmente verificada. Era 56 pensar. Se 'engolimos' coisas tão
evidentemente erradas, como devemos estar 'engolindo' outras mais erradas, mais sérias e menos evidentes!
Podemos estar tão habituados a repetir as mesmas coisas que já nem nos damos conta de que muitas delas
podem ter sido simplesmente acreditadas." . Muitas dessas coisas podem ser simples "atos de fé" ou crendices que nós passamos adiante como verdades científicas ou históricas:
"ATOS DE FÉ EM NOME DA CIÊNCIA"
É evidente que não pretendemos nem podemos provar tudo que dizemos ou tudo que nos dizem. No
entanto, o episódio do Joãozinho levantara um problema sério para a professora.
Quem bom que houve um Joãozinho.
Haverá sempre um Joãozinho para levantar dúvidas?
Talvez alguns outros também tenham percebido e tenham calado sabendo da reprovação ou da repressão
que poderiam sofrer com uma posição de contestação ao que a professora havia dito.
— E eu que ia me ofendendo com a atitude lógica e ingenuamente destemida do Joãozinho, pensa a
professora.
Talvez a maioria dos alunos já esteja "domada" pela escola. Sem perceber, a professora pode estar
fazendo exatamente o contrário do que ela pensa ou deseja fazer. Talvez o papel da escola tenha muito a ver com a nossa passividade e com os problemas do mundo que nos rodeia. Não terá isso a ver também com outros problemas do nosso dia-a-dia?
— Todas as crianças têm uma natural curiosidade para saber os "comos" e os "porquês" das coisas,
especialmente da natureza.
À medida que a escola vai "ensinando", o gosto e a curiosidade vão se extinguindo, chegando
freqüentemente à aversão.
Quantas vezes nossas escolas, não só a do Joãozinho, pensam estar tratando da Ciência por falar em
coisas como átomos, órbitas, núcleos, elétrons, etc. .. Não são palavras difíceis que conferem à nossa fala o
caráter ou o "status" de coisa científica. Podemos falar das coisas mais rebuscadas e complicadas e, sem
querer, estamos impingindo a nossos alunos grosseiros "atos de fé", que não são mais que uma crendice,
como tantas outras. Não é à toa que se diz da escola (ou" ex-cola"?): um lugar onde as cabecinhas entram ..“redondinhas”, e saem quase todas “quadradinhas".